domingo, 5 de setembro de 2010

Estudantes Protagonistas em suas Escolas/Universidades

A importância dos Grêmios Estudantis nas Escolas e dos Centros Acadêmicos nas Universidades

               Um dos Cartazes do EREB-SE 2006 (Encontro Regional dos Estudantes de Biologia - Sudeste)


     A criação de grêmios/centros acadêmicos como espaço de discussão para os jovens, trazem como um dos primeiros benefícios a integração dos alunos da escola. Diferentes grupos, as famosas “panelinhas”, passam a freqüentar um mesmo espaço, cada um contribuindo com a sua forma e maneira de entender o mundo/espaço escola. O diálogo, a discussão, a troca de experiência, levam os alunos a um amadurecimento de flexibilização de suas atitudes para o estabelecimento de boas relações pessoais e sociais.
     A partir dessa integração, os estudantes se apropriam do espaço escolar e, agora, sentem de fato o início da horizontalização dos processos políticos da escola, onde eles têm “vez e voz”. Com isso eles podem reivindicar, propor, intervir, ou seja, agir em conjunto com a direção escolar. Com essa integração e conscientização política, os estudantes podem propor e criar projetos que de fato se encaixam em seus cotidianos. A partir dos consensos provenientes de assembléias e debates, diversos projetos escolares podem ser criados.
      Atividades culturais, grupos de teatros, rodas de estudos, saraus, debates políticos, palestras sobre temas transversais, campanhas educativas, criação de jornais, rádios escolares comunitária, campeonatos educativos, projetos sociais para a comunidade local, estudos de campo, criação de blogs, mostras de filmes alternativos e não-alternativos (por que não?), oficinas lúdicas-educativas (mangas, gibi, jogos), produção de curtas e documentários dentre outras ações, são alguns dos muitos exemplos de iniciativas estudantis presentes em escolas onde há a criação e um espaço “libertário” para a valorização dos jovens. Além disso, ao longo do período escolar se evidencia a reivindicação por melhorias escolares, sejam pedagógicas, sejam infra-estruturais.
Não podemos deixar de ressaltar a importância desses espaços, antes mesmo deles serem criados. A própria fase da criação dos grêmios, das campanhas eleitorais escolares, instigam os jovens a entenderem um pouco sobre política, sobre como funcionam os processos eleitorais: votação, mesários, apuração de votos, ética, regras, etc. As propagandas das chapas que estão concorrendo, mostram aos jovens as diferentes formas de apresentação das propostas políticas, a questão da ética e do respeito pelos grupos adversários. O exemplo de uma das maiores conquistas do pós-1984, o direito a escolha direta de seus representantes, se faz presente agora na escola, onde os alunos estão passando pelo seu processo de socialização secundária, um importante processo formador da cidadania do aluno. O germe da importância de um voto consciente, fruto da escolha minuciosa do candidato e de suas propostas, pode florescer cedo nesses jovens.
Após a votação, decepção para alguns, alegria para outros, a convergência dos grupos que concorreram à eleição para uma ação única e participativa nesses espaços estudantis, devem ser incentivados. Os “grupos adversários” podem passar a serem braços direitos da chapa eleita. Pode haver um único grupo de estudantes, sem distinção partidária ou ideológica, agindo em conjunto para a melhoria da escola, da comunidade. As divergências agora podem ser canalizadas para um consenso que agrade a ampla maioria dos estudantes.
                       by   Vanderson Cristiano de Sousa 



Abraço coletivo no EREB-SE 2006

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