quarta-feira, 19 de junho de 2013

O palco armado da mídia/PSDB oportunista para atiçar a classe média contra o governo Dilma

Um breve resumo a partir de indagações. O relato vem mais abaixo.

a) Como dezenas/centenas de milhares de pessoas vão às ruas supostamente indignadas com a repercussão da violência policial (validada pelo Alckmin) e no ato só criticam o governo Dilma?

b)Desde segunda-feira os “manifestantes” do ato tem tido uma forte postura de censura contra as bandeiras de partidos políticos dizendo que todos ali “são sem partidos”. Gritam, xingam, ameaçam rasgar as bandeiras. Ao mesmo tempo que seus cartazes contêm apenas escrachos generalizados contra as ações do governo PT, em especial, contra a Dilma. Nas ordens de grito, principalmente na “Marcha Paz e Amor”só ouvíamos frases de ordem contra a presidenta: “Ei Dilma vai tomar no @#”. Nada contra, mas e as críticas ao governo Alckmin? E contra as repressões policiais contra os manifestantes e movimentos sociais realizados ultimamente? E o histórico sucateamento da educação de duas décadas do governo PSDB?

c)”Manifestantes”orgulhosos em si por se dizerem patriotas: cantarem trechos do hino nacional, repletos de verde e amarelo. Não é uma coincidência o próprio prédio da FIESP estar projetando em sua própria estrutura uma grande bandeira brasileira luminosa? A federação das indústrias está legitimando a manifestação contra quem?

d)Desde os últimos anos e até terça-feira passada (11/06/13) o Movimento Passe Livre tinha como um de seus “desejos” ocupar o Terminal Parque Dom Pedro II. Seria uma ocupação simbólica do local /fonte do foco da reivindicação: diminuir a passagem. Mesmo com policiais agindo com forte repressão, nos últimos anos e no dia 11/06, houve tentativas. Por que ontem a manifestação ao passar pelo Terminal que (pasme: não havia um policial sequer) não tentou uma ocupação pacífica? Mesmo sabendo que haveria o risco de algum manifestante fugir do controle (coisa que dificilmente aconteceria, visto que o objetivo maior já seria alcançado: parar o “coração do transporte público” de São Paulo).

e) E o que a mídia tem haver com isso? 1º A capa da “Isto É” com a forte imagem repressão policial; 2º A forte cobertura Folha/UOL; 3º A tendenciosa capa da Vejaquestionando se a corrupção seria alvo dos próximos protestos. A população realmente foi conclamada para lutar contra a repressão? Ou foi uma forma da direitao portunista começar sua campanha contra a Dilma?


 Dia 18/06/13




À caminho do ato, ainda no metro/linha amarela, recebo a informação que as tais “bandeiras de partidos”(e as pessoas que ostentavam elas, obviamente) já estavam sendo hostilizadas na Praça da Sé. O que aconteceu no dia anterior (17/06) estava acontecendo novamente: grupos e pessoas gritando “sem partido” ao mesmo tempo que tinham como objetivo único sustentar frases de ordem somente contra a presidente Dilma e PT (e não contra o Alckmin e PSDB). Até ai pode-se dizer que é uma liberdade de expressão: a classe média tem o direito de se expressar contra quem ela quiser, e contra quem a mídia está direcionando ela. Ao sair das catracas do metro Sé eu percebi que o buraco era bem mais embaixo: um verdadeiro cordão humano repleto de cartazes atacando a corrupção e, que coincidência, mais e mais ataques ao PT/Dilma/Mensaleiros/Genuínos e Valérios da vida. Sai andando entre o ato e registrando os cartazes. Entendo que a tendência é se posicionar contra a maior representatividade política (a presidenta), mas entre o “tal povo que na rua apareceu” ver poucas manifestações contra o governo estadual é um pouco meio estranho.






 Um extremo nacionalismo, patriotismo também era visível: nos coros e nos corpos, roupas, bandeiras, pinturas faciais, fantasias. Posteriormente seria visto na Avenida Paulista um grande verde amarelo. Até o prédio da FIESP ficou exibindo uma mega bandeira brasileira luminosa em sua fachada. Isso que é apoiar a “luta do povo”: a federação das indústrias apoiando a “causa proletária”.

Fachada do Prédio da FIESP



 Mas antes de eu ter ido verificar a marcha de dezenas/centenas de milhares que estavam na Avenida Paulista, tão elogiada pelos “datenas”da vida, eu fiquei observando uma parte dos manifestantes que se concentravam na Prefeitura de São Paulo e os “distúrbios de personalidade”da grande “manifestação”. Bandeiras foram queimadas. Pessoas que se encaixam em um grupo estilo “classe média estreantes em manifestações” e os mais “pacifistas” gritavam “Sem vandalismo”. Pessoas que se encaixam em um grupo estilo “macacos velhos de atos”e mais “ativistas” respondiam “Sem moralismo”. O primeiro grupo entoava um “Sem violência”, o segundo um “Violência é a tarifa”. Um rapaz sobe na grande concha próximo da Prefeitura para pixar a terrível frase: “Globo vai tomar no #@”. Os dos primeiro grupo se escandalizaram e vaiaram.  Os do segundo grupo aplaudiam, pois para esses a mídia não cumpre a sua verdadeira função: informar conscientemente. Os do primeiro grupo entoavam “.. tenho orgulho de ser brasileiro”, os do segundo “tenho vergonha desse horror”.




Janelas da prefeitura foram estilhaçadas. Eu observava um grande furgão da Record em meio à multidão e pensava: ser repórter é uma profissão perigo e que corajosa está sendo aquela bela jornalista sobre o carro arriscando sua integridade física para cumprir seu papel para a sociedade. Não deu outra. Ao meu ver alguns P2 (pessoas do “mal à paisana” que podem ser tanto pessoas de partidos políticos, como policiais) começaram atirar grandes pedras contra os próprios manifestantes. De onde estavam vindo aquelas grandes pedras? A reação dos mais indignados (sempre tem) foi chacoalhar o carro da imprensa. Não conseguiram virar. Depredaram. Não conseguiram desmontar. Tacaram fogo. O Pão e circo que talvez a imprensa quisesse estava armado, mesmo a imprensa sendo parte do “pão” que seria devorado. A situação mais uma vez fugiu do controle. Mas do controle de quem? Os que gritavam “sem partido” recorreriam a quem? Quem estava organizando o ato? O Movimento Passe Livre? Coletivos vinculados à grupos políticos? Eu e uma amiga, junto com outros, resolvemos ir para a Augusta, e da Augusta, put@s da vida, seguiríamos para a Paulista (terra dos caras pintadas). Ainda bem que fomos. Ficamos sabendo depois que houve saques, depredações. Nada justifica incendiar patrimônios públicos ou privados. Mas para proclamar esse “nada justifica” deveríamos fazer valer também o “nada justifica explorar os trabalhadores, seja diretamente ou indiretamente”.  Na Avenida Paulista muita gente. O que os sensatos esperam é que as reivindicações principais sejam conseguidas: diminuir a passagem. E que outras pautas sejam mais específicas: lutar contra a aprovação da PEC37, repassar mais impostos para a Educação. Que a população não seja manipulada como massa de manobra por certos grupos apenas para atingir apenas a imagem da Dilma. Não, os sensatos não apoiam o governo Dilma/PT em muitos aspectos: Usina de Belo Monte, gastos com as grandes construções de eventos esportivos, barganhas políticas e trocas de favores (Feliciano e Renan Calheiros em cargos importantes), criações de ministérios, maquiagens públicas. E essas pautas têm quê estar também em (futuras?) manifestações. Que as pessoas não sejam massas de manobra da imprensa “direitosa” e esqueçam dos governos PSDBistas tão ou mais maliciosos. Eu vim de escola pública, minha mãe sofreu dando aula em escolas públicas e assim como milhões de vítimas do sistema não podemos esquecer o desmantelamento das escolas estaduais. Não podemos esquecer a tentativa do PSDB em sucatear (tirar a autonomia escancaradamente) das universidades públicas com os decretos do Serra/2007. O que os movimentos mais querem é ver a rua “cheia de pessoas”. Conseguiram. Mas que sejam “pessoas” não manipuladas pela imprensa e que saibam de fato que a luta é contra as ações maliciosas de todos os governos. Contra o Alckmin também. O PSDB não pode sair ileso e ganhar novamente as próximas eleições: eternizando-se no poder do Estado de São Paulo.


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